25 de dezembro de 2010

Lei ANTI-OTAKU - parte2

ourotakulife DIZ:

No dia 15 de dezembro, na assembléia metropolitana de Tokyo, foi aprovada uma lei que proíbe a venda de mangás para menores de 18 anos com conteúdo classificado como “livros doentios”. Até antes, as leis proibiam a venda de mangás pornográficas para menores de 18 anos, mas agora, os mangás que tem conteúdo como incesto, estupro e outros atos sexuais explicitos não poderão ser vendidos para menores de 18 anos.
A lei entrará em vigor em 2011. Os protestos legais podem começar só em abril, e a lei será implantada completamente em julho de 2011.

Essa lei causou grande confusão entre as mídias no Japão, sendo que as 10 empresas que estavam boicotando a Tokyo Anime Fair continuou com sua grande crítica. Na internet, tal notícia já está resultando em grandes críticas ao governo e Tokyo.
O maior problema dessa lei, é que não podemos prever o que eles irão utilizar como parâmetros, então poderão ver coisas aparentemente sem nenhuma relação com a sexualidade sendo censurada, e isso lembra a censura relacionada aos mangás da Shonen Jump feita pela Apple, que retirou o app para o Ipad por conter violência extrema e momentos adultos.
Caso o governo use um critério tão confuso e preconceituoso quanto o da Apple, com certeza teremos todos os ecchis sendo cortados, e com isso a criatividade dos mangakás serão limitadas para que possam adequar a essa nova lei.  Consequentemente, veremos obras como GANTZ sem cenas de nudismo, KissxSis com as duas irmã sendo afastadas, entre outras coisas que irão estragar a qualidade de muitos mangás. Essa pode não ser a parte mais importante de muitas obras, mas pensem como vai ser os mangás quando os autores, em vez de escrever a estória que ele quer, estiver mais preocupado em se adequar as novas regras?
Daqui a pouco, os leitores vão querer migrar para os HQs com estilo mangá, como Turma da Mônica jovem ou Hollow Field, que ao menos terão a vantagem de ter as estórias livres para ser escrito. Assim o Japão irá perder uma de suas principais formas de divulgação cultural. Não devemos esquecer que se não fosse à cultura otaku, isso não seria possível, já que uma das principais forma, que seria o jogo japonês, está perdendo força, e muitas franquias japonesas estão sendo passadas para produtores ocidentais. Não acho que os HQs estilizados sejam ruins, mas a maioria quer continuar a ler mangás japoneses. E não é a mesma coisa ver um anime original e um que os norte americanos tentam copiar.

E mais ainda!!
"Uma iniciativa da Assembleia de Tóquio para restringir a venda de histórias em quadrinhos com cenas sexuais que envolvam menores levantou uma polêmica no mundo do mangá e nos fóruns japoneses na internet.

Na animação e no mangá, fortes símbolos da cultura pop do Japão, é comum mostrar meninas de aparência jovem com minissaias sugestivas e grandes decotes, em histórias com certo apelo sexual.

Na próxima sexta-feira, a Assembleia liderada pelo prefeito conservador de Tóquio, Shintaro Ishihara, debaterá a polêmica lei que, se aprovada, proibirá que as histórias em quadrinhos e as animações sejam vendidas a menores de 18 anos na capital japonesa.

O projeto suscitou um polêmico debate entre os desenhistas e em fóruns na internet, nos quais os leitores qualificam o projeto como censura e consideram que a iniciativa contém uma definição vaga demais sobre os critérios.

Se aprovado o texto, os personagens de mangá terão que demonstrar claramente que são maiores de idade. A proposta afeta qualquer personagem de mangá ou de animação que possa ser considerado menor de 18 anos por sua
"idade, roupa, acessórios, escolaridade, cenário onde se encontra, idade de outros personagens ou voz".

Esses personagens não poderão "estar envolvidos" ou "aparentemente envolvidos" em atividades que sejam "ou pareçam" sexuais, ou ainda que impeçam o "desenvolvimento saudável das faculdades sexuais dos jovens".

Vários roteiristas insistem que essa norma põe em perigo a iconografia da cultura mangá e lembram que também dentro dessa arte há categorias, que vão desde inocentes histórias infantis até pornografia para adultos.

Esta última pode se encontrar em estabelecimentos como os que abundam no bairro de Akihabara – centro do mangá na capital japonesa -, nos quais os menores já são proibidos de entrar.

"Se o conteúdo da história em quadrinhos ou da animação é pornográfico, creio que seja bom se for limitado", disse à Agência Efe o espanhol Alain García, blogueiro e criador do site "Ao Japão" (www.ajapon.com), especializado em cultura japonesa.

"Mas em muitos mangás há meninas e meninos menores de idade: se não envolve nada pornográfico, sua venda não tem nada de mau",considerou.

À margem da carga mais ou menos sexual, as publicações de mangá foram, em algumas ocasiões, objeto de polêmica no Japão por questões como a temática, considerada por vezes agressiva ou que incita à violência.

Em setembro passado, uma adaptação da obra de Adolf Hitler "Minha luta" ao formato de história em quadrinhos japonês suscitou uma onda de críticas, mas as vendas da publicação dispararam no mercado japonês.

As livrarias japonesas abrigam obras de mangá bastante valiosas, como a recentemente publicada "Lenda de Koizumi", uma sátira política que, segundo indicava recentemente o jornal "The Guardian", é "o melhor romance contemporâneo do Japão"

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